Economia criativa na advocacia: por que investir no escritório de advocacia
A economia criativa é um conjunto de negócios que envolvem conhecimentos, informações, criatividade e talento e os usam para prestação de serviços
- Mercado e Carreira
- Aline de Souza Pereira
- 17 de maio de 2021
- Atualizado em: 04 de janeiro de 2022
- Tempo de Leitura: 7 minuto(s)
O que é economia criativa?
Alguma vez na vida você já deve ter ouvido falar que, no futuro, o trabalho seria mais intelectual e criativo do que automático. Talvez não desta forma, mas o sentido da afirmação é o mesmo. Fato é que, esse “futuro” já chegou. Ainda que seja o início, nós já entramos na era da economia criativa.
A economia criativa são todos os tipos de negócio que utilizam o talento, a criatividade, a informação e o conhecimento como matéria prima. Isto é, a propriedade intelectual já domina o mercado de trabalho. Segundo pesquisas, essa economia já é responsável por 3% a 8% do PIB mundial. No Brasil, segundo o ministério da cultura, os negócios criativos em 2010 já correspondiam a 2,84% do PIB nacional, ou seja, 104,37 bilhões de reais.
Não precisa ser um pesquisador para notar essa mudança. Basta olharmos para a quantidade de pessoas que trabalham com essas atividades. O número de influenciadores digitais, por exemplo, cresce a cada dia. Mas por que essas mudanças vem acontecendo? Vamos observar a seguir.
Qual o impacto da tecnologia no desenvolvimento da economia criativa?
Sem dúvidas, os avanços tecnológicos são responsáveis pelo aumento dos trabalhos voltados para a produção intelectual. Isso porque, com tecnologias como o RPA (Robotic Process Automation), a IA (Inteligência Artificial), e o Machine Learning, não é necessário que um ser humano realiza certas atividades que são repetitivas e mecânicas.
Assim, empresas de vários segmentos tem apostado em tecnologias para substituição de determinadas atividades por robôs e têm utilizado seus colaboradores para atividades mais relacionadas com a economia criativa. Dessa forma, o trabalho tem se tornado mais produtivo e rápido. Vou contar um pouco sobre essas novas tecnologias.
RPA (Robotic Process Automation)
Diferente do que muitas pessoas acreditam, a RPA não é a mesma coisa que a Inteligência Artificial. De fato, é uma tecnologia para automatização de tarefas, assim como a inteligência artificial, que faz parte da inovação que nos encaminha para a economia criativa. No entanto, a diferença entre elas se dá por alguns motivos.
O principal deles é que, de maneira distinta da IA, a RPA não consegue compreender em caso de mudanças de informações, por exemplo. Isto é, se você utiliza no seu negócio essa tecnologia para leitura de planilhas, e em algum momento uma informação da planilha se alterar, você terá que alterar a máquina.
Inteligência Artificial (IA)
A IA se trata de uma tecnologia que, como o próprio nome diz, busca se assemelhar a inteligência humana. A IA é capaz de entender informações diferentes, e até mesmo apontar essa diferença. Um exemplo de inteligência artificial muito comum em nossas vidas é a Alexa, da Amazon. Suas configurações permitem entender quais são nossas necessidades e buscar, em seus dados o que desejamos.
Em softwares jurídicos, como o SAJ ADV, também já se usa a IA para automatização de tarefas. Um exemplo aqui de como a IA do SAJ ADV funciona é na sugestão de tarefas. Quando um advogado recebe uma intimação no sistema, por exemplo, a IA faz a leitura da intimação e automaticamente já sugere uma tarefa para que o advogado realize.
É dessa maneira que a IA se difere da RPA. Apesar disso, elas podem ser integradas e atuarem em conjunto. Além disso, existe uma outra tecnologia que pode se integrar a RPA e a IA, e contribuir com a mudança de atuação nas empresas, tornando-as mais próximas da economia criativa. Vejamos a seguir.
Machine Learning
O Machine Learning, ou em português, aprendizado de máquinas, pode se integrar a IA e ao RPA para que eles passem a compreender informações e aprender com elas. Para explicar melhor o machine learning funciona é similar ao nosso processo de aprendizado.
Por exemplo, ao executar uma ação errada e nós, seres humanos, indicarmos o erro, o robô começa a entender sobre aquele dado. Em outro momento que ele recebe a mesma informação, ele já entende que ela é errada e indica esse erro.
Em resumo, conforme a máquina vai recebendo mais e mais informações, ela vai aprendendo e as suas ações se tornam mais assertivas.
Como o direito se relaciona com a economia criativa?
Com essa nova realidade, onde a economia criativa está se tornando uma das principais fontes de renda do país, surgem algumas problemáticas jurídicas. Isso porque, não só no Brasil, mas em todo o mundo, a legislação não estava preparada para esse tipo de prestação de serviços como principal setor. Vejamos alguns exemplos de problemas jurídicos que iremos enfrentar com a economia criativa.
1. Impostos tributários
Veja, não são só influenciadores, artistas, entre outros profissionais que entram na categorização da economia criativa. Um exemplo tecnológico que compõe essa economia é a computação em nuvem. O armazenamento de dados online não pode ser considerado, por exemplo, um serviço, afinal, se trata de uma disponibilização de espaço. Aí vem o questionamento, que espaço é esse?
A cloud computing não pode, por exemplo, ser classificada como uma locação, segundo a lei. Afinal, não tem um endereço físico. Também não pode ser considerado um serviço de informática, pois não o é. Sem a classificação de qual é o serviço, como se pode implementar uma tributação sobre ele?
2. Propriedade intelectual
Um outro ponto importante a destacar no caso da economia criativa é em relação a propriedade intelectual. Sabemos que o plágio é um crime perante a legislação. No entanto, como fazer valer isso em um ambiente tão vasto quanto a internet?
Alguns dias, na rede social “do momento”, o tik tok, houve um grande burburinho em relação a dois criadores de conteúdo. Ambos tinham um conteúdo parecido, mas como saber quem criou o conteúdo primeiro? A própria rede é repleta de vídeos que são, basicamente, os mesmos, mas feitos por pessoas diferentes.
Um outro ponto nesse sentido é em relação às inovações que surgem dentro de coworkings, muitas vezes por amigos que estão começando um empreendimento, mas ainda não existe uma empresa de qual eles são sócios. Ou então, no caso da maioria dos pequenos empreendedores, o tipo de empresa que possuem é uma Sociedade Limitada ou Sociedade Anônima, que não permitem a contribuição em serviços de capital social.
Quais os desafios da advocacia na nova economia?
Como você pôde ver, a economia criativa abarca muitos desafios para o mercado jurídico, do ponto de vista legislativo. Nesse sentido, o profissional do direito não pode ficar apenas em um único saber. Isto é, não pode estar limitado a um ramo de conhecimento. Isso porque, todas as áreas de nossa vida tem se mostrado adepta da economia criativa, assim, os profissionais precisam entender sobre esse novo modo de produção, a fim de entender as diversas causas sociais.
É importante que os advogados sejam ainda mais críticos e analíticos para entender as minúcias do comportamento social. Podendo dessa forma, encontrar soluções, em alguns casos, em uma nova forma de ver o direito, e não necessariamente na legislação.
Não sei se você conseguiu perceber, mas a própria atuação do advogado se encaminha, cada vez mais, para ser parte da economia criativa, especialmente no empreendedorismo jurídico. Vejamos como isso pode ocorrer.
Como funciona o empreendedorismo jurídico em tempos de economia criativa?
Como dito, a economia criativa abarca todas as áreas da nossa vida. No caso do direito, não se trata apenas de entender a legislação e olhá-la de uma nova perspectiva. O trabalho na advocacia tem cada vez mais se tornado um tipo de serviço da economia criativa.
Digo isto porque cada vez mais se pôde observar novos empreendimentos na advocacia, e principalmente, com novos modelos de negócio. A advogada Carolina Vasconcelos é um exemplo de inovação na advocacia, pois seu modelo de trabalho é totalmente diferente do que a maioria dos advogados está acostumado. Ela atua no modelo “anywhere office”, ou seja, ela trabalha de qualquer lugar.
Um outro exemplo de inovação nesse sentido é o da advogada Flávia Maria, que atua com o modelo de escritório “homeless”, isto é, o escritório também não possui um ambiente físico.

O que é um escritório digital?
Umas das principais mudanças das tecnologias e da economia criativa para os escritórios de advocacia foi a introdução dos escritórios digitais, isto é, escritórios como o da Carol e da Flávia que atuam 100% online.
A vantagem disso é poder atuar, literalmente de qualquer lugar. Para quem gosta de viajar, por exemplo, é uma ótima solução, assim, o advogado ou advogada não necessita esperar suas férias para aproveitar um novo local. Além disso, é possível, atuando dessa maneira, até mesmo morar em lugares diferentes. Essa é uma atividade que é cada vez mais comum, são os chamados nômades digitais. Para quem gosta de trabalhar da sua casa também é uma excelente solução.
Esses escritórios também entenderam a importância do uso de ferramentas que possibilitem o trabalho de qualquer lugar, e principalmente, que o facilitem.
Ferramentas para advogados nos escritórios digitais
Hoje, os advogados enfrentam desafios muito mais intelectuais – e humanos – do que há algum tempo atrás. Não é que antes esse trabalho não era realizado. O que ocorre é que, muito tempo era perdido com atividades mecânicas. Por exemplo, a produção de peças processuais. Muitos documentos tem uma base que é similar, assim, a alteração a ser realizada é apenas os dados específicos daquela atividade e do processo.
No entanto, se perdia muito tempo, mesmo quando os próprios advogados já possuíam um modelo, era necessário retirar todas as informações antes contidas, alterar blocos, etc. Hoje, já existem sistemas que fazem isso de maneira mais prática.
Com o uso dessas tecnologias, os advogados tem se concentrado muito mais na atividade intelectual do processo. Assim, as chances de ganhos de processos são maiores, pois o profissional teve mais tempo para pensar no assunto.
As atividades de gestão na advocacia
Existem duas maneiras de enxergar a gestão na advocacia. As atividades mecânicas e as atividades intelectuais. Com as novas tecnologias a gestão de escritórios fica muito mais fácil. Isso porque, atividades como cálculo de honorários de colaboradores é muito mais rápida quando feita por uma máquina preparada para isso.
Assim, os gestores precisam apenas se preocupar em cuida da parte humana dos seus colaboradores, isto é, a distribuição de tarefas, os feedbacks, os treinamentos, etc.
Mas como facilitar essas atividades? É o que te conto a seguir.
Como tornar seu escritório digital com um software jurídico?
Com um software jurídico você faz toda a gestão do seu escritório de qualquer lugar. Isso porque, a maioria desses sistemas possuem computação em nuvem. Assim, é possível acessar qualquer dado, de qualquer lugar. É claro que, para esse acesso, é necessário ter a permissão, afinal, a segurança é essencial nesse ponto.
Utilizar um software jurídico para gestão na advocacia, permite que você gerencie, de ponta a ponta, todas as atividades do escritório. É possível, por meio deles, fazer a gestão financeira, a gestão das atividades dos colaboradores, controle de processos.
Em resumo, com um software jurídico, não se faz necessário ter um escritório físico, que muitas vezes só te trará mais gastos. E aí, pronto para embarcar na vida de um escritório totalmente digital?
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