Posicionamento de marca: o que o seu escritório tem a dizer para o mundo
O posicionamento de marca na advocacia envolve as estratégias de branding para escritórios dentro das previsões do Código de Ética da OAB.
- Colunistas
- André Rogal
- 23 de abril de 2021
- Atualizado em: 13 de julho de 2021
- Tempo de Leitura: 5 minuto(s)
Qual lugar você ocupa na mente das pessoas? Veja como fazer o posicionamento de marca na advocacia
O Marketing Jurídico é uma realidade que, a cada dia, ganha notoriedade. E conquista, assim, escritórios de todos os tamanhos, todos em busca de formas de divulgar os seus serviços na Internet. Os efeitos da pandemia da COVID-19 em todo o mundo apenas reforçaram essa realidade. Mas será que o Branding também tem sido tema de preocupação por parte de quem busca ser encontrado e reconhecido online? Neste ano, tenho buscado desenvolver cada vez mais discussões e projetos sobre o Branding dentro do universo do marketing jurídico. E o meu incentivo, para todos os escritórios e clientes, é que reflitam o posicionamento de marca que eles têm no mercado atualmente.
Hoje, quando pensamos em marketing digital, logo o associamos a ferramentas como o Google Ads, WordPress para criação de sites, conteúdo para Instagram, Facebook, divulgação de Landing Pages, vídeos para o Youtube etc.
Observe que estamos sempre pensando em ferramentas e plataformas. Contudo, para começar qualquer projeto consistente e relevante, temos que pensar no conceito da marca. Ou, no caso da advocacia, na ideia principal que o escritório quer passar para o seu público. E a partir disso, então, definir como irá se comunicar com ele.
Antes de pensar em desempenho ou em aparecer para o seu público, portanto, reflita muito na ideia que quer transmitir. Se você não se posicionar, o mercado irá te posicionar. Você tem de definir seu ponto de vista para que o seu escritório se torne uma “marca” relevante para o público e não mais um no meio da multidão.
1. Marketing jurídico: performance x posicionamento de marca
Infelizmente hoje os serviços de marketing digital cada vez mais exploram o lado da exposição e da performance. Desse modo, perdem cada vez mais a parte “artística” da publicidade tradicional. Ou seja, aquela parte que buscava, antes de tudo, associar o seu cliente a uma ideia, e não focava somente na divulgação desenfreada em todas as plataformas possíveis.
É compreensível que o marketing digital seja uma alternativa mais acessível do que as soluções apresentadas por publicitários tradicionais. Mas, no atual cenário, tudo caminha para uma convergência entre estes conhecimentos, bem como de todas as outras formas de comunicação, como as assessorias de imprensa, por exemplo.
Praticamente todos os escritórios e advogados autônomos já sabem da importância de começar a criar presença digital. Ter um site institucional, contudo, publicar conteúdo nas redes sociais e se comunicar de tal forma a não infringir o código de ética da OAB já é senso comum.
Hoje é preciso buscar algo a mais. Precisamos buscar inspirações em prestadores de serviços e marcas que já tenham consistência e saibam da importância do branding na estruturação de seus negócios.
De que adiantar buscar o primeiro lugar no Google se tudo o que seu escritório tem a dizer é que “É especialista em tal área do Direito”? O público quer estar no centro de sua proposta e saber qual é a importância do seu escritório na vida dele e não ouvir as empresas falarem sobre elas mesmas.

2. “Just do It”: como o posicionamento de marca impacta seu negócio
Talvez um dos cases mais famosos sobre posicionamento de marca é o da Nike com o “Just do It” (“Apenas Faça”) que norteia suas ações desde a década de 1980. O seu posicionamento de marca é recorrente em aulas sobre estrategistas de formação de marcas também porque é um exemplo muito didático e atemporal.
Quando criou o conceito de “Apenas Faça”, a Nike chegou à conclusão de que todo mundo tem um corpo. Logo, todo mundo pode praticar atividade física. Não é preciso ser atleta profissional para comprar um produto da Nike. Qualquer um pode se tornar um praticamente de atividade física e incorporar o espírito da empresa quando adquirir o seu produto.
Observe que, em nenhum momento, a Nike fala que é “Especialista em tênis de corrida”. Tampouco fala que seu grande trunfo é ser primeira colocada no Google na categoria de materiais esportivos.
Desde a década de 1980, falar sobre si mesmo é algo que as empresas evitam, porque elas querem vender uma ideia por trás de seu negócio. Com prestadores de serviço, não precisa ser diferente.
Na hora de partir para o digital, a empresa considerará o seu posicionamento de marca e sua comunicação online estará alinhada com ele. O resto, a performance, será decorrente disto e jamais de um discurso genérico.
3. Como colocar o projeto de Branding em prática no escritório?
Projetos de Branding podem ser colocados em prática em escritórios de advocacia. E já temos bons exemplos na área hoje, ainda mais restritos aos grandes escritórios do Brasil, que costumam ser mais cuidadosos na divulgação e na elaboração de um conceito antes de começar a criar presença online.
Muitos deles aproveitam da história quase centenária para evocar uma ideia na cabeça do público e de outros advogados que se tornam admiradores. Mas não precisa ser sempre assim.
4. Como criar um projeto de branding para o escritório de advocacia
Nada impede de um escritório menor ou iniciante criar um projeto de Branding jurídico. Para isso, é necessário, primeiro, pesquisa sobre o público-alvo e área de atuação.
Pode parecer simples demais, mas todas as marcas, antes de lançar um novo produto, fazem diversas pesquisas qualitativas e quantitativas sobre um segmento para entenderem como devem se posicionar no mercado.
Breve exemplo: sou advogado previdenciário e, antes de elaborar um slogan, uma logomarca, ou um site institucional, pesquiso: qual a principal preocupação sobre aposentadoria hoje? O que um trabalhador espera de um advogado previdenciário? O que ele sente falta quando busca ajuda especializada? Porque, muitas vezes, ele não procura um advogado?
A partir destas e muitas outras perguntas, ele vai chegar, enfim, a uma ideia que será o Norte de todo o seu projeto de construção de marca.
Escritórios que já estão no mercado também podem trabalhar da mesma forma. Nestes casos, entretanto, com o reposicionamento de marca. O processo é muito semelhante e irá considerar também o público já atendido, os clientes atuais e quais os rumos que querem ser tomados no futuro.
Um escritório que atende consumidor pode se adaptar para se tornar trabalhista? Sim, é possível adaptações neste sentido, também como um escritório que atende causas menores se tornar um escritório que atende pessoas jurídicas de causas complexas e recuperação judicial, com um reposicionamento total da marca. Outra via possível é reforçar a própria marca para aqueles que vão se manter com o mesmo propósito, utilizando de estratégias mais sofisticadas para tal.
5. Posicionamento de marca na advocacia: os benefícios para o seu escritório
Não cabe a este artigo explicar qual é o passo a passo de uma consultoria em formação de marcas, mas, sim, despertar a curiosidade e destacar a importância que o branding – posicionamento de marca tem na advocacia, para quem sabe, começar a criar um público mais exigente neste sentido.
No dia 29 de abril, em comemoração ao aniversário do SAJ ADV, estaremos falando sobre Branding para escritórios de advocacia, em uma live que poderá ser acompanhada por advogados de todo o Brasil. Acesse o link para se inscrever.
Também convido aos advogados e advogadas a conhecerem o primeiro Livro sobre Marketing Jurídico Digital, que trata dos fundamentos e estratégias pertinentes para advogados em todo o país, neste link. Em minha empresa, a Lide Digital (lidedigital.com.br), também trabalhamos com projeto de formação de marcas para advogados, fique a vontade para entrar em contato conosco.
Na publicação marketing jurídico digital: conceito e prática existem conceitos técnicos e acadêmicos sobre marketing que são aplicáveis na rotina dos escritórios. Bem como dicas práticas que serão úteis tanto para advogados experientes no universo digital quanto aos iniciantes
Veja também: como estruturar a marca do seu escritório de advocacia.
André Rogal – Especialista em Comunicação Digital e E-Branding pela PUCPR, autor do Livro Marketing Jurídico Digital – Conceito e Prática – 2019 e fundador da Lide Digital.